sexta-feira, 12 de junho de 2020

SFS e S.Margarida Alacoque - e o Sagrado Coração de Jesus


A Santa do Coração de Jesus


No dia 13 de maio de 1920, Santa Margarida Maria Alacoque,  Irmã de Visitação, foi declarada Santa. Ou seja, neste ano completou 100 anos de canonização. A congregação das Irmãs da  Visitação, foi fundada  em 1610, por São Francisco de Sales e Joana Francisca de Chantal.
Santa Margarida Maria Alacoque, em 1673 teve uma visão, na qual Cristo a encarregou de se dedicar à veneração de seu divino coração. Em outras visões, ela recebeu também a tarefa de se dedicar a introduzir a Sexta-Feira do Coração de Jesus e a Festa do Coração de Jesus, para que assim se fortalecesse a veneração ao Coração de Jesus. 
A adoração ao Coração de Jesus aconteceu pela primeira vez na comunidade religiosa, construiu-se uma capela própria para a veneração.
 As revelações de Jesus a Margarida Maria chamavam atenção para o “interior” de Jesus. A imagem do Coração deixava transparecer a chaga, cercado por uma coroa de espinhos. O Coração é uma alegoria da intimidade, do centro da pessoa, da sede do amor. Estava em jogo o essencial, o fundamental, manifestando assim o segredo da pessoa, a fonte escondida de suas atitudes e gestos.
Para o Padre Libânio, “tudo o que vem do coração já é revelação”. A devoção, a partir das revelações de Jesus a Santa Margarida Maria, foi assumindo características de cunho popular. Jesus crucificado será sempre Jesus com o coração transpassado. Por isso que, ao mencionar os transpassados de hoje, o texto fará referência aos “povos crucificados”. Hoje em nosso mundo milhões de pessoas estão “crucificadas”, “transpassadas” pela fome e que sobrevivem nas mais diversas formas de desumanidade.  A compaixão de Jesus não permaneceu somente no nível do afeto, desceu à prática, tornou-se carne na história, vestiu-se de acontecimentos.
Dois Jesuítas começaram a divulgar a veneração do Coração de Jesus além do convento das irmãs de Visitação. A veneração do Coração de Jesus faz parte da Igreja Católica até hoje, nas formas mais programadas temos a grande Festa do Santíssimo Coração de Jesus, a Festa de Corpus Christi e  a adoração a cada primeira sexta-feira e as 12 promessas do coração de Jesus.


São Francisco de Sales: o Santo do Coração

Para Francisco de Sales, existe uma ligação estreita entre Deus e o ser humano. Em tal ligação, Deus é o fundamento e a fonte original do amor, e o ser humano, desejado por amor, é capacitado para o amor e é digno do amor. Nisso se baseia toda a sua teologia e a sua pastoral. Ele realça: “Todo o ensino da Igreja é o amor”.  Uma vida baseada na fé deve, para Francisco de Sales, ser nutrida da fonte original do amor. O amor, o amor do coração, deve ser atuante na vida espiritual e deve marcá-la.  Em seu conhecido livro “Filoteia”, ele descreve essa atitude de uma maneira que distingue a verdadeira devoção das várias atitudes.
A piedade deve estar em harmonia com a vida no mundo. Sim, deve ser vivida aberta e alegremente para o mundo, no meio do mundo, porque uma vida de fé combina com cada estado de vida e com cada profissão. Otimismo e alegria são frutos de um amor que vem do coração, como atitudes básicas da vida cristã.
“Me parece bem, se deve começar no ser humano interior... porque o coração é a fonte de nossas ações, estas vão ser assim, como está feito o nosso coração. Em uma palavra: quem ganhou o coração, possui a pessoa toda.” (Filoteia, III, 23). O interior do ser humano é o essencial, o coração.
A meditação retirada dos escritos do  Pe. Herbert Winklehner OSF