segunda-feira, 12 de junho de 2023

Quem não recorre a Ela?

 Quem não recorre a Ela?  O Anjo diz:  Seu nome é Maria.

Maria, a nossa inspiração de acolher Deus, sob os vários títulos que a Ela são atribuídos.

Maria uma criatura jovem, donzela do seu tempo, fiel aos seus deveres de estado de vida, mas aberta às coisas do alto e do Criador.

Assim, no calendário litúrgico temos várias celebrações a Maria, agora no tempo pascal temos em 31 de maio, a visitação de Maria, presente no Pentecostes. E após, Maria - mãe da Igreja, assim proclamada pelo Papa Paulo XI no encerramento do Vaticano II. Em junho temos a festa do Coração de Maria e, no decorrer do ano, mais datas em honra a Santíssima mãe de Jesus, o Cristo.

Deus vem a nós por Maria em Jesus de Nazaré, onde o humano e o divino se encontram. “Quando céu desce, o humano se eleva”.

Maria, a mãe do Filho de Deus, viveu com Jesus Cristo para Deus Pai; Maria Santíssima é nossa intercessora quando, como humanos buscamos as graças e bênçãos Divinas.

 

Aqui as Sete palavras de Maria que se encontram na Sagradas Escrituras

·            A primeira palavra: "Como se fará isto, se não conheço homem algum?" (Lc 1,34)

Maria pergunta, pede uma explicação, não para entender os desígnios de Deus, mas para cumpri-los. A pergunta de Maria descreve seu desejo íntimo, seu desejo de virgindade. Segundo a cultura de seu tempo, onde a virgindade era bem vista, ela casada com José, mas seu coração se orientava em direção ao alto. Este desejo foi a melhor preparação, a disposição mais preciosa para cumprir a missão a que Deus a destinou: ser a mãe do Messias de forma virginal. A sua virgindade espiritual consiste na atitude da sua alma que se sente pobre e serva do Senhor e aberta aos desígnios de Deus, e não pode ser colocada no plano de uma mulher comum, do ponto de vista psicológico nem do ponto de vista religioso. Maria, esvaziando-se, atinge a plenitude, uma manifestação de que a salvação vem de Deus, manifestado no seu modo de agir na história do seu povo para realizar a salvação.  Para a tradição da Igreja, a concepção virginal de Jesus não é, portanto, um dogma periférico, mas um caminho fundamental que nos conduz ao dogma da encarnação, é um sinal da divindade de Jesus Cristo.

·            Segunda Palavra: “Aqui está a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra". (Lc 1,38)

O ato nos mostra Maria totalmente entregue ao projeto do Pai. Trata-se de toda a sua disponibilidade. O ato da Virgem, mais que uma virtude, fala-nos de plena santidade, para que se cumprisse para ela o desígnio de Deus e todo o desígnio de salvação para o mundo.

Porque acreditou, Maria entregou-se e caminhou totalmente aberta ao mistério divino, incessantemente unida à vontade do Senhor. Maria entendeu que tudo o que iria acontecer seria obra da graça, por isso disse: “Faça-se em mim”. Santo Agostinho afirma que Maria "concebeu Deus mais no coração do que no corpo".

·            Terceira Palavra: "Ela cumprimentou Isabel" (Lc 1,40)

Maria partiu rapidamente e ensinou-nos as duas atitudes que o apóstolo deve ter: servir o próximo e levar Jesus Cristo dentro de si para poder comunicá-lo aos outros.

A figura de Maria que emerge desta breve cena evangélica é cativante: a sua alegria contagiante, a sua simpatia, o seu afeto, a sua fé compartilhada, tornar o Cristianismo tão atraente que a nossa vida produza uma chama como a das primeiras comunidades cristãs.

·            Quarta Palavra: "A minha alma engrandece o Senhor e meu espírito se alegra em Deus meu Salvador." (Lc 1, 46-55)

Palavras de gratidão e louvor, Maria acreditou na escolha a que foi submetida por parte de Deus. A atitude da criatura ao se entender como tal, é a surpresa de ser, o estremecimento de ter sido escolhida e sentir que não tem apenas uma vocação materna de intercessão e ajuda, mas uma vocação de louvor e adoração.

Deixou-se amar por Deus e tornou-se um prodígio de graças, exulta de alegria pela alegria infinita de saber que é amada por Deus, de poder amá-lo. Maravilhas foram realizadas porque Maria era tão pobre, tão pura de coração, tão aberta à verdade e tão humilde serva de Deus.

·            Quinta Palavra: "Filho, por que agiste assim conosco...?" (Lc 2,48)

Aqui, Maria - triste por ter perdido o menino e alegre por reencontrá-lo, expressa dor e alegria. É possível sublinhar a fecundidade contida no silêncio de Maria diante da resposta misteriosa de seu Filho, Palavra de equilíbrio. A pergunta de Maria que chora a perda do Filho (Lc 2,50) torna-se linguagem de amor, de plena docilidade, ao mesmo tempo que manifesta a sua pobreza, a sua íntima humilhação, a sua fiel e ardente dedicação aos desígnios divinos.

·            Sexta Palavra: "Eles não têm vinho" (Jo 2,3)

Aqui devemos sublinhar a sensibilidade de Maria mulher e mãe. Ela parece ser a primeira a perceber que a festa está em perigo. “Eles não têm vinho”, da forma mais natural refere-se à uma necessidade de o filho remediar. Ela apresenta a situação, intervém, chama a atenção de Jesus.  Este é o estilo de oração confiante, Maria diz o que sente. Neste episódio das núpcias de Canaã, podemos vislumbrar a mediação materna de Maria, mediação totalmente dependente de Jesus Cristo e que, de modo algum se pode ofuscar, porque é mediação de intercessão: a Virgem pede a Jesus, intercede pelas necessidades dos humanos.

Palavra de súplica, de pedido, a Virgem sugere a Jesus seu primeiro milagre e de alguma forma antecipa o início de sua vida pública. Embora Jesus em princípio rejeite o seu pedido, Maria não é recusada e por isso confia, espera e alerta os servos para que prestem atenção ao que o seu Filho lhes faz ou diz.

·            Sétima Palavra: "Fazei tudo o que ele vos disser" (Jo 2,5)

Maria é a primeira a ter acreditado e seguido seu filho, por isso nos guia até ele, transmitindo-nos a sua mesma fé, repetindo o que disse em Canaã. A devoção mariana não separa, mas leva à Jesus, a fazer o que Ele nos manda, a viver o Evangelho. Maria assume um novo papel evangelizador e missionário. A devoção mariana, uma devoção que nunca pode ser tomada como uma peça separada, mas usada como a melhor maneira de glorificar a Deus e engajar os cristãos em uma vida absolutamente conforme a vontade divina. A tarefa de Maria é incutir nos discípulos uma fé mais viva em seu filho, a Virgem é o caminho pelo qual o Espírito Santo conduz ao Filho, uno com o Pai.

 

Conclusão sobre as 7 Palavras de Maria

A 1ª Palavra: de obediência rendida; a 2ª Palavra: de cortesia afetuosa; a 3ª Palavra: de humildade reconhecida; a 4ª Palavra: de dor resignada; a 5ª Palavra: de misericórdia compassiva; a 6ª Palavra: de confiança ilimitada; e a 7ª Palavra: é tudo fruto de um amor mais ardente.

Se "da abundância do coração fala a boca" (Mt 12,34), como disse o Senhor, quando meditamos nas sete palavras de Maria, percebemos que o seu coração está cheio de pureza virginal.

 

OBS: reflexão extraída do espanhol, do autor Padre Donaldo d' Souza.

Bibliografia: LÓPEZ MELÚS, Francisco María. María de Nazaret: o Verdadeiro Discípulo, Segue-me. Salamanca 1999.