terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Advento 2020

 

Advento

O Advento é, em primeiro lugar, a marca de um Novo ano litúrgico. No sentido da Teologia, recorda a dimensão histórica da Salvação.

Assim, neste 3° domingo do advento, manifestação da alegria de poder celebrar a graça da vida, Maria visita com alegria Isabel e o Deus que se revela na história e a vida na natureza humana.

Etimologicamente, a palavra advento é:  aparecimento, chegada (de alguém ou algo) que vem do Latim "Adventus", que significa chegada, vinda, aquele que há de vir.

O profeta Isaías, que viveu no século VI a.C., na realidade da Babilônia deste período, tem um boa contribuição para ilustrar o significado do advento. Na 3° parte do livro, onde o Profeta Isaias proclama a vinda do Salvador e sinaliza uma aliança, um encontro de Deus com seu povo, o povo fiel com o dia do Senhor, ele diz:

Ø     “De pé! Deixa-te iluminar!  Chegou a tua luz! A glória do Senhor te ilumina. Sim, a escuridão cobre a terra. As trevas cobrem os povos, mas sobre ti brilha a luz do Senhor. As nações caminharão à tua Luz.” (Is 60, 1-3)

Ø     "Está chegando o Libertador para Sião... Esta é minha aliança pessoal para com eles, diz o Senhor, O meu espírito está em ti. (Is 59, 20-21)

Ø     “Sião deu à luz... Pôs no mundo um filho do Homem... Pode nascer um país inteiro num só dia. Pode-se dar à luz uma Nação de uma só vez”. (Is 66, 7-8)

Ø     “O Senhor diz: Guardai o direito, praticai a justiça. A minha Salvação está para chegar, minha justiça vai aparecer.” (Is 56,1)

Sião torna-se uma mãe de uma forma maravilhosa, e os habitantes da cidade experimentam conforto e riqueza de graça. O próprio Deus consola, como sua mãe consola os filhos.

João Batista é a voz que clama: “preparai os caminhos do Senhor”.

 Para os cristãos e toda a Igreja, o Advento é um belo itinerário litúrgico, um momento forte de mergulhar na mística cristã, é um tempo de preparação para viver o arrependimento e promover a fraternidade e a Paz na expectativa da alegre espera pela vinda do Messias prometido. A promessa da vinda de Deus Salvador como luz inaugurando uma nova forma de diálogo com a humanidade, uma iniciativa manifestada no cuidado e ternura pelo ser humano, criado à sua imagem e semelhança, através de Maria que escutou a voz do Senhor no diálogo com o anjo Gabriel.

E hoje os cristãos, mesmo no silêncio e vigor de cuidar a família, com inúmeras dificuldades e provações, por vezes contrário à lei de Deus, escutar palavras de boa educação são sementes de esperança e consolo, da dignidade na vivência social e humana.  O grande Bispo São Francisco de Sales costumava dizer que uma boa educação já é meio caminho à Santidade.

Iria Urnau

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Rosário missionário

 


“... florescer onde Deus nos plantou” sfs


O mês de outubro é rico em celebrações: mês missionário e do Rosário.

Iniciamos o mês de outubro com a Padroeira Universal das Missões e proclamada pelo Papa São João Paulo II, em 1997, como Doutora da Igreja: Santa Teresinha de Menino Jesus Lisieux.

  Frases dela: “Passarei o céu fazendo o bem na terra”. “Na igreja serei o amor”. Ela prometeu uma chuva de rosas após a morte.  Rosário, significa rosas; as Ave Maria são 150 rosas para nossa Mãe Celestial (os antigos recitavam os 150 salmos).

 Dia 2 - Dia do Anjo da Guarda. Todos nós somos protegidos pelo nosso anjo.

Dia 4 – dia de São Francisco de Assis, o santo da simplicidade e da paz.

Festas de Maria Santíssima: do Rosário, da Aparecida - Padroeira do Brasil. “Nem um devoto de Maria se perde”, quantas graças nos são alcançadas por meio de Maria!

Dia 15 - Santa Teresa D’Ávila, reformadora do Carmelo. uma mística vida de Orações, atualmente estudada como espiritualidade laical.

Dia 16 - Santa Margarida Maria Alacoque - Ir. Visitandina que teve a visão de Jesus e espalhou a Veneração do Sagrado Coração de Jesus. As 12 promessas do Coração de Jesus, para quem seguir o devocional das 1ª sextas-feiras.

Dia 22 - Papa São João Paulo II - grande missionário da Paz entre os povos, devoto do Santo Rosário. Quem não há de se lembrar dele?

Outros exemplos de vivências de Santidade:  São Lucas apóstolo, Sto. Inácio de Antioquia, Sto. Ambrósio, S. Bruno....  

A vida de Santos que assumiram a vida cristã na fidelidade ao seguimento de Cristo. E são para nós sempre  um incentivo que vale a pena ser cristão e missionário, mas também de reconhecer a obra de Deus na própria experiência diária onde se está inserido, pelo  testemunho da vida de oração e fé,  onde o rosário é uma força que faz parte de quem trabalha pelo reino.  Testemunho eloquente desta forma de oração foi o Papa João XXIII que também rezava o rosário missionário todos os dias.

Recordemos o que o Documento de Aparecida nos diz e sejamos missionários através desta bonita oração do Rosário.

O Rosário é uma forma de oração muito simples, mas amada por Deus, pois ela fixa olhos e contempla O Cristo, toda vida de Jesus, seus mistérios.

O Rosário é uma oração tão fácil e ao mesmo tempo rica, merece toda nossa atenção, ela é também Mariana, pois nos oferece o profundo de Cristo e de Maria.

É uma oração valiosa promovida pelos Papas. Paulo VI na exortação apostólica Mariais Culus, destacou o carácter evangélico do Rosário e a sua orientação cristológica.

 “O Papa João Paulo II atribuiu grande importância à reza do Rosário, um merecimento particular teve, a propósito, Leão XIII no dia 1º de setembro 1883 quando promulgou a Encíclica Supremi Apostolatus Officio, onde a indicando como instrumento eficaz contra os males da sociedade.

O Rosário é a oração da Família e pelas famílias. Rezando o Rosário acompanhamos os momentos de Jesus e Maria, momentos alegres e provações. Eles nos confortam nas nossas preocupações e neles encontramos a força, a esperança e paz no caminhar.

 (Reflexão do Rosário extraídas do Livro: Reza o Rosário com João Paulo II.)

 

Faça a experiência do Rosário: reze em grupo ou individual, neste mês missionário.

 

  Jesus disse: “Ide e ensinai o Evangelho a todas as nações.  “Pedi ao Senhor: envia operários à Tua messe.

Vamos pedir à Maria, com a oração do Rosário, que interceda por nós, para que tenhamos bons cristãos e cidadãos no serviço da humanidade.

 Ó Maria, dai-nos autênticas vocações: Famílias, Leigos, Sacerdotes e de Vida Consagrada Secular e Missionária no serviço do Reino. Ensina-nos a sermos bons cristãos no lar e em todo lugar onde estivermos, como sal da terra e luz no mundo.

“Onde quer que estejamos, podemos e devemos aspirar à vida perfeita no amor de Deus. sfs

Unidas em Cristo,

 Iria Urnau - IS SFS

sábado, 19 de setembro de 2020

CRUZ SALESIANA

Os Consagrados do ramo de São Francisco de Sales recebem uma Cruz no dia da consagração ou primeira profissão dos votos.

Exaltação da Santa Cruz, 14 de setembro

Nesta semana a Igreja celebrou a festa da Exaltação da Cruz

 


A CRUZ  SALESIANA

A Cruz Salesiana tem seu fundamento histórico e teológico.

A cruz é modelada segundo a cruz de profissão das Irmãs da Visitação de Santa Maria fundadas por SFS; que por sua vez tem a cruz  réplica da cruz peitoral do Bispo  São  Francisco de Sales.

Quem usa Cruz Salesiana? Irmãs da visitação (Fundada por SFS), a Congregação dos Oblatos de SFS, as Irmãs Oblatas e o nosso Instituto Secular SFS.

O simbolismo da Cruz:

A Cruz é dupla, uma sobre a outra. Significa a união da nossa cruz com a Cruz de Cristo. Tem duas coroas em cima. É a coroa de espinhos e a coroa da glória.  A Cruz é feita de material precioso, tanto na sua essência como na sua qualidade de herança.

Não tem a imagem de Cristo, não é crucifixo. Cada um que a recebe, deve ser o "corpus" para que ele possa "preencher as coisas que estão faltando na Paixão de Cristo", como diz São Paulo. Nada está faltando na Paixão de Cristo, mas oferecemos a nossa cooperação, a nossa generosa oferta de si mesmo. É nossa mística de união com o Divino Salvador.

A cruz é como um altar. A cruz do Calvário foi o grande altar onde Cristo foi oferecido em sacrifício. E como os altares, ela tem relíquias dos santos que nos auxiliam, com seu exemplo e intercessão, na imitação de Cristo.  Ela é oca, como o túmulo vazio da ressurreição. É leve, seguindo a exortação de Cristo: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados com o peso de vosso fardo, e Eu vos aliviareis; pois o meu fardo é leve, o meu jugo é suave”

Letras gregas gravadas: não é uma cruz latina, mas oriental. Como as letras gregas, esta escolha de forma deliberada manifesta a unidade da Igreja que foi tão desejada por São Francisco de Sales e simboliza o conceito de união de Cristo com a Sua Igreja, a nossa vida em união com Deus através do Diretório, regra espiritual dos Salesianos. A cruz vazia no rito oriental é um símbolo da vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, é o Cristo Ressuscitado a quem seguimos.

 

    A frente da cruz:

O IHS - O monograma de Jesus em grego (transcrição do nome abreviado de Jesus em grego, Ιησούς - em maiúsculas, ΙΗΣΟΥΣ) nos lembra que Ele é nosso Salvador e que somos chamados a ser "outros Cristos", para reproduzir sua vida na terra e manifestar o amor de Deus para todos; fazemos isso através de sofrimento e morte para nós mesmos.

As GOSTAS DE SANGUE simbolizam o ardor de caridade que anima nossas vidas; elas recordam as línguas de fogo que desceram sobre a Igreja no Pentecostes. Simbolizam o Espírito Santo e a fidelidade daqueles que deram a vida pelo Evangelho.

Os TRÊS CRAVOS gotejando sangue simbolizam os três votos de pobreza, castidade e obediência que nos unem a Cristo, assim como os cravos o prenderam na cruz. As gotas de sangue nos dizem que nossa vida consagrada é uma contínua mortificação, sacrifício e aquiescência (abertura, docilidade) à vontade de Deus, e também que devemos estar prontos para morrer por Cristo, sendo fiéis "até ao derramamento do nosso sangue".

O MONTE na parte inferior da cruz representa o Monte Sinai, a montanha da Antiga Lei. Está na base da cruz porque representa duas coisas: (1) com a criação começou toda a história da salvação, que culminou com a ressurreição de Cristo (a cruz vazia do desenho grego e uma das coroas) e que se perpetua, alcançando a todos na Igreja através da obra do Espírito (as duas chamas nas transversais mostram o amor de Deus que tudo abraça), e (2) os nossos votos que são a nossa aliança com Deus e que formam a base da nossa vida Consagrada.

O monte está grafado em três partes para lembrar os três votos.
Uma segunda interpretação dos três montes em que Jesus esteve: Monte Tabor  -recebo as Graças; Monte das Oliveiras - é a planície do cotidiano morrer para si mesmo; e o Monte Calvário – entregar-se à vontade do Pai. Uma terceira interpretação menciona as montanhas de Annecy, berço da Visitação.

Os RAMOS DE OLIVEIRA - símbolo da paz e da misericórdia de Deus na antiga Lei, está acima da montanha para nos dizer que, a partir de fidelidade aos nossos votos, conquistamos a paz.

Toda a TRINDADE é representada na parte frontal da cruz: a grande obra de amor que o Espírito Santo manifestou em Pentecostes; a obra redentora do Filho simbolizada pela cruz e a obra da criação do Pai e de Seu domínio no Antigo Testamento simbolizada pela montanha e pelo ramo de oliveira.

 

O verso da cruz

As letras“M-A” - Existem duas explicações para o significado de "M-A". As letras "MRA" estavam gravadas na cruz peitoral de São Francisco de Sales (uma abreviação de Maria). O "R" é  substituído  pelo  coração em seu lugar. Assim, o "M - A" é uma abreviatura do nome de Maria, Mãe de Jesus.

M-A também são uma abreviação de “Mons Amoris”, o monte de amor, que é o Calvário. Neste Mons Amoris, o Coração de Jesus foi aberto pela lança e Seu amor foi derramado sobre o mundo, portanto, o coração é ladeado pelas letras M e A.

O CORAÇÃO com duas cruzes acima: uma fonte afirma que não é nem o coração de Maria, nem o Sagrado Coração, mas é claramente aquele que ama e tem sofrido. O coração de quem leva a cruz, com a flecha do amor a Deus e do amor ao próximo.

As TRÊS CHAMAS simbolizam as virtudes teologais da fé, esperança e caridade que nos ligam diretamente a Deus.

Assim São Francisco de Sales apresenta uma Teologia de Amor na Cruz de profissão; e cada manhã, o colocar a cruz deve ser uma expressão de DISPONIBILIDADE  para viver no  amor unido a Cristo.

Texto de pesquisa: Padre Paulo Strey - OSFS.  Atualização: Padre Nildo de Mello - OSFS




Com a Benção dos Padroeiros,

Iria Urnau - IS SFS

domingo, 13 de setembro de 2020

Procedimentos para concluir os exercícios

 Livro   Filoteia  - Passo 10


No décimo passo conclui-se com um roteiro dessa reflexão, e com sentimento de gratidão e de responsabilidade em viver a constante busca  da Santidade.

 Antes de tudo, você, de manhã, vai se prostrar diante da face de Deus e adorá-lo das profundezas da sua alma; depois vai dirigir os  seus pensamentos para ele e contemplar a sua eterna vontade, que ele quer ser amado por você, e através do amor, ser unido com o seu coração. Por isso você vai elevar o seu coração para esta sublima bondade, e colocar-se nos braços amorosos desta santa vontade. Você vai unir o seu coração, com toda a força, através desta ou parecidas afirmações: “Sim, meu Deus, minha alma se sujeita a tua vontade, e quer para sempre, inseparavelmente estar unida com a tua intenção e sujeita a ela.” A renovação que se faz deve ser pronunciada muitas vezes, com coração e com os lábios estas ardentes palavras

 “Ó Jesus que vive em mim, tudo o que posso chamar de meu, lhe pertence.”  “ Ah! Senhor, é vossa bondade paternal que acolhe meu coração, por pior que seja, para trazer frutos dignos de vós, a quem  eu devo tudo isso”.

“Pratica, pois, animosamente estes exercícios assim como os deixei apontados e Deus te dará tempo e força bastante para os teus negócios, mesmo que fosse necessário fazer parar o sol, como aconteceu a Josué. Sempre fazemos muito, quando Deus trabalha conosco”.(SFS pg 446)

Podemos, por meio das Sagradas Escrituras encontrar Deus e escutá-lo, mas não podemos deixar de lado esse tesouro: precisamos transformar a Palavra de Deus em “carne” na nossa vida. Por meio da oração, buscamos realizar o pedido de Jesus: “Sede perfeitos como o pai Celestial é perfeito.” (Mt 5,48).

Através da obra da Redenção de Jesus se concretiza em nossas vidas a perfeição da vida cristã que consta na união – harmonia – da nossa vontade com a vontade de nosso Bom Deus, que é a mais alta regra e a lei de todas as atividades. Um silêncio que não seja uma forma de isolamento, mas um “discernimento orante” que se predisponha a escutar “o Senhor, os outros e a própria realidade. Portanto, é bom ter um roteiro de exercícios práticos bem organizado, também ter um orientador ou confessor espiritual “A fé é o raio do céu que nos faz ver Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus.” Sfs

  Passeando por esses dez passos da Espiritualidade Salesiana, você que leu e gostou, e te ajudou, deixa teu recado no espaço dos comentários logo abaixo.

Cordialmente,

Iria – IS SFS

domingo, 6 de setembro de 2020

As considerações para renovar os bons propósitos

Livro da Filoteia - 9° passo.

 

Após um longa reflexão pela  via do exame de consciência, São Francisco de Sales propõe  cinco considerações para caminhar  cultivando os bons propósitos, no progresso da espiritualidade: “Empreguemos bem o tempo de Deus a fim de que ele nos dê sua eternidade.” sfs

Primeira Consideração: “a grandeza da alma” - a sua capacidade e liberdade de amar e buscar viver o que eleva ao infinito, ou também não enterrar os talentos e dar as costas à missão do reino, que Deus nos criou com amor eterno. “Deus não quer que ele ache repouso em parte alguma, como a pomba que saiu da arca de Noé, para que volte a seu Deus de quem se tem afastado.”

Segunda Consideração: o Sabor no viver das virtudes, que trazem uma realização em sua prática da caridade. O contraponto é a cólera e tristeza e o sabor disso é a amargura. “Ó vida  devota, quão bela  és tu e quão suave e agradável, suaviza as aflições e aumentas a suavidade  das consolações”.

A alegria interior é o resultado de uma profunda sintonia da criatura com seu Criador. É uma alegria que mesmo nas dificuldades permanece e nos dá paz e confiança no futuro. Como dizia Paulo: “Nos gloriamos [inclusive] nas tribulações sabendo que a esperança em Deus não é defraudada”. (Rom. 5, 3)

Terceira Consideração:  O exemplo da vida dos Santos - “Amaram  devotamente Deus com perfeição -  e com força  de espírito desprezaram as coisas do mundo [...]  Abraçaram sem reserva as suas resoluções e as mantiveram sem exceção [...] Os Santos eram o que nós somos, faziam tudo pelo  mesmo Deus e trabalharam  por adquirir  as mesmas virtudes”.(SFS)

Quarta Consideração: O amor de Jesus Cristo - O segredo da ação de Jesus é criar as disposições interiores adequadas para Ele poder atuar.  E o segredo das disposições interiores são algumas pequenas escolhas que faço. “Ó santas resoluções, quão preciosas sois, sendo o fruto da paixão de Nosso Senhor!” (SFS)

Quinta Consideração: Considera o amor eterno que Deus tem tido por nós. Antes da encarnação e da morte da  Jesus Cristo a Majestade divina te amava infinitamente e te predestinava para seu amor. [...] Ó Deus, quão preciosas devem ser essas resoluções que desde toda eternidade a divina Sabedoria e bondade tinha em vista!

“Olhai as aves do céu:

não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros;

contudo, o Pai celestial as alimenta.

Não têm vocês muito mais valor do que elas?

(Mateus 6,26 )

São louváveis as resoluções, “como uma árvore  de vida que Deus plantou no meio do nosso coração, e que nosso Senhor veio regar com seu sangue,  para que produza frutos” . (pg 442) A santidade depende de nós, é questão de perseverança, de humildade e de confiança absoluta em Deus. E o uso frequente dos sacramentos, as boas obras, o cuidado de reconhecer  as faltas  e corrigi-las. Pede a Deus que te renove interiormente e te conserve assim pelo poder de seu espirito. Essa prática possibilita o crescimento na amizade com Deus.

Até a próxima.

   Iria

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

A necessidade do exercício para renovar e conservar a alma na vida devota.


“É tão grande o bem que espero,

 que a dor com prazer tolero.” SFS

Já estamos na oitava reflexão na trilha do caminho da Santidade ensinado no livro da Filoteia. Começamos conhecendo o livro, vários capítulos da vida de oração e meditação, a vida devota, a purificação da Alma. Os primeiros oitos capítulos. Da V Parte, hoje refletimos a jornada da vida interior de nós mesmos, sob vários aspectos de exames: positivos e negativos, limites e qualidades, autoconhecimento e exames para a confissão.

a)          “O primeiro ponto deste exercício   consiste em reconhecer bem a sua importância. A fragilidade e as más inclinações da carne que agravam a alma e arrastam para as coisas da terra... Eis aí a razão, Filoteia, por que deves renovar assiduamente os bons propósitos de servir a Deus ...” (pg 419)

b)                       Olhar o dia: ver a presença de Deus dentro de mim, ao redor. Que foi bom? Que sentido encheu meu coração? Com que intenções eu fiz as coisas? Onde e quando  renovei  as intenções?  Como vivi as virtudes? etc. “Nunca perca uma oportunidade de fazer o bem.” Sfs

c)                      Estado da alma - Dialogar consigo mesmo: que amor cultivo? Que penso de mim mesma perante Deus? Como está o meu amor próprio?  Caprichos com os sentimentos, emoções, saber escolher a liberdade interior, equilibrar as ofensas, mágoas e ressentimentos, o bem conviver. “E quanto à tua linguagem, como é que falas de Deus?”(Pg 428)  “Para mudar o mundo devemos primeiro mudar a nós mesmos.” Sfs

d)                       O amor ao próximo: Encontrei Deus no irmão hoje? Que pensamentos me ocuparam? Com quais palavras e ações ocupei o meu tempo?  Quanto tempo usei para auxiliar os necessitados? Qual foi a ofensa recebida? E como foi o perdão oferecido? O que mais me deixou tranquilo? “Pega-se mais moscas com uma gota de mel do que com um barril de vinagre.” sfs

e)                       A gratidão:  Sei reconhecer o bem em mim e nos outros, valorizar os talentos dos outros e suas atitudes no trabalho, nos serviços  de ajuda? Sei perceber e agradecer a ação de Deus no meu viver e agir? As superações e a busca de uma vida espiritual, é preciso oferecer e entregar tudo a Deus. “Que dizes a teu coração a respeito de Jesus Cristo? Achas nele prazer?  As abelhas gostam de estar ao redor do seu mel...” (Pg 428)

f)                       Os temores e paixões: Descobrir as verdades sobre si mesmo, o apego às coisas terrenas e às relações fraternas e humanas, o egoísmo e a indiferença... "A caridade verdadeira não considera nada inútil nem difícil no caminho a próximo.” sfs


A Confissão: São Francisco Sales  nos aconselha uma retrospectiva da nossa vida após as meditações. No Cap XIX, Primeira Parte, ele diz: “Uma confissão geral, Filoteia , nossos pecados  forçosamente nos desagradarão muitíssimo,  porque são ofensas a Deus, ao contrário  a confissão de nossos pecados se tornará suave e consoladora, pela honra que,  com isso, damos a Deus.” ( pag 86)

 

Como é importante! perceber aos detalhes e a importância do “exame de consciência” antes de realizar uma confissão. Também trazer em mente de sempre “pôr-se na presença de Deus e pedir ao Espírito Santo sua luz. Em cada uma das partes do exame hás de notar bem as faltas, quer para as confessar, quer para pedir conselho, ou para formar sobres elas  a tuas resoluções e fortificar teu espírito”. SFS

"Digo, pois:  deixai-vos conduzir pelo Espírito e não satisfareis os apetites da carne. Porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. É por isso que não fazeis o que queríeis. Se, porém, vos deixais guiar pelo Espírito, não estais sob a Lei. Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus. Ao contrário, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra estas coisas não há Lei. Pois, os que são de Jesus Cristo crucificaram a carne com as paixões e concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito.”   (Gl 5, 16-25)

Na próxima refletiremos sobre os passos das considerações.

Iria Urnau