Quem não recorre a
Ela? O Anjo diz: Seu nome
é Maria.
Maria, a nossa inspiração de acolher Deus, sob os
vários títulos que a Ela são atribuídos.
Maria uma criatura jovem, donzela do seu tempo, fiel
aos seus deveres de estado de vida, mas aberta às coisas do alto e do Criador.
Assim, no calendário litúrgico temos várias
celebrações a Maria, agora no tempo pascal temos em 31 de maio, a visitação de Maria, presente no Pentecostes.
E após, Maria - mãe da Igreja, assim proclamada
pelo Papa Paulo XI no encerramento do Vaticano II. Em junho temos a festa do
Coração de Maria e, no decorrer do ano, mais datas em honra a Santíssima mãe de
Jesus, o Cristo.
Deus vem a nós por Maria em Jesus de Nazaré, onde o
humano e o divino se encontram. “Quando
céu desce, o humano se eleva”.
Maria, a mãe do Filho de Deus, viveu com Jesus Cristo
para Deus Pai; Maria Santíssima é nossa intercessora quando, como humanos buscamos
as graças e bênçãos Divinas.
Aqui as Sete palavras de Maria que se encontram na
Sagradas Escrituras
·
A primeira palavra: "Como se fará isto, se não
conheço homem algum?" (Lc 1,34)
Maria pergunta, pede uma explicação, não para entender
os desígnios de Deus, mas para cumpri-los. A pergunta de Maria descreve seu
desejo íntimo, seu desejo de virgindade. Segundo a cultura de seu tempo, onde a
virgindade era bem vista, ela casada com José, mas seu coração se orientava em
direção ao alto. Este desejo foi a melhor preparação, a disposição mais
preciosa para cumprir a missão a que Deus a destinou: ser a mãe do Messias de
forma virginal. A sua virgindade espiritual consiste na atitude da sua alma que
se sente pobre e serva do Senhor e aberta aos desígnios de Deus, e não pode ser
colocada no plano de uma mulher comum, do ponto de vista psicológico nem do
ponto de vista religioso. Maria, esvaziando-se, atinge a plenitude, uma
manifestação de que a salvação vem de Deus, manifestado no seu modo de agir na
história do seu povo para realizar a salvação. Para a tradição da Igreja, a concepção
virginal de Jesus não é, portanto, um dogma periférico, mas um caminho
fundamental que nos conduz ao dogma da encarnação, é um sinal da divindade de
Jesus Cristo.
·
Segunda Palavra: “Aqui está a serva do Senhor.
Faça-se em mim segundo a tua palavra". (Lc 1,38)
O ato nos mostra Maria totalmente entregue ao projeto
do Pai. Trata-se de toda a sua disponibilidade. O ato da Virgem, mais que uma
virtude, fala-nos de plena santidade, para que se cumprisse para ela o desígnio
de Deus e todo o desígnio de salvação para o mundo.
Porque acreditou, Maria entregou-se e caminhou
totalmente aberta ao mistério divino, incessantemente unida à vontade do
Senhor. Maria entendeu que tudo o que iria acontecer seria obra da graça, por
isso disse: “Faça-se em mim”. Santo
Agostinho afirma que Maria "concebeu Deus mais no coração do que no
corpo".
·
Terceira Palavra: "Ela cumprimentou
Isabel" (Lc 1,40)
Maria partiu rapidamente e ensinou-nos as duas
atitudes que o apóstolo deve ter: servir o próximo e levar Jesus Cristo dentro
de si para poder comunicá-lo aos outros.
A figura de Maria que emerge desta breve cena
evangélica é cativante: a sua alegria contagiante, a sua simpatia, o seu afeto,
a sua fé compartilhada, tornar o Cristianismo tão atraente que a nossa vida
produza uma chama como a das primeiras comunidades cristãs.
·
Quarta Palavra: "A minha alma engrandece o
Senhor e meu espírito se alegra em Deus meu Salvador." (Lc 1, 46-55)
Palavras de gratidão e louvor, Maria acreditou na
escolha a que foi submetida por parte de Deus. A atitude da criatura ao se
entender como tal, é a surpresa de ser, o estremecimento de ter sido escolhida
e sentir que não tem apenas uma vocação materna de intercessão e ajuda, mas uma
vocação de louvor e adoração.
Deixou-se amar por Deus e tornou-se um prodígio de
graças, exulta de alegria pela alegria infinita de saber que é amada por Deus,
de poder amá-lo. Maravilhas foram realizadas porque Maria era tão pobre, tão
pura de coração, tão aberta à verdade e tão humilde serva de Deus.
·
Quinta Palavra: "Filho, por que agiste assim
conosco...?" (Lc 2,48)
Aqui, Maria - triste por ter perdido o menino e alegre
por reencontrá-lo, expressa dor e alegria. É possível sublinhar a fecundidade
contida no silêncio de Maria diante da resposta misteriosa de seu Filho,
Palavra de equilíbrio. A pergunta de Maria que chora a perda do Filho (Lc 2,50)
torna-se linguagem de amor, de plena docilidade, ao mesmo tempo que manifesta a
sua pobreza, a sua íntima humilhação, a sua fiel e ardente dedicação aos
desígnios divinos.
·
Sexta Palavra: "Eles não têm vinho" (Jo 2,3)
Aqui devemos sublinhar a sensibilidade de Maria mulher
e mãe. Ela parece ser a primeira a perceber que a festa está em perigo. “Eles não têm vinho”, da forma mais
natural refere-se à uma necessidade de o filho remediar. Ela apresenta a
situação, intervém, chama a atenção de Jesus.
Este é o estilo de oração confiante, Maria diz o que sente. Neste
episódio das núpcias de Canaã, podemos vislumbrar a mediação materna de Maria,
mediação totalmente dependente de Jesus Cristo e que, de modo algum se pode
ofuscar, porque é mediação de intercessão: a Virgem pede a Jesus, intercede pelas
necessidades dos humanos.
Palavra de súplica, de pedido, a Virgem sugere a Jesus
seu primeiro milagre e de alguma forma antecipa o início de sua vida pública.
Embora Jesus em princípio rejeite o seu pedido, Maria não é recusada e por isso
confia, espera e alerta os servos para que prestem atenção ao que o seu Filho
lhes faz ou diz.
·
Sétima Palavra: "Fazei tudo o que ele vos
disser" (Jo 2,5)
Maria é a primeira a ter acreditado e seguido seu
filho, por isso nos guia até ele, transmitindo-nos a sua mesma fé, repetindo o
que disse em Canaã. A devoção mariana não separa, mas leva à Jesus, a fazer o
que Ele nos manda, a viver o Evangelho. Maria assume um novo papel
evangelizador e missionário. A devoção mariana, uma devoção que nunca pode ser
tomada como uma peça separada, mas usada como a melhor maneira de glorificar a
Deus e engajar os cristãos em uma vida absolutamente conforme a vontade divina.
A tarefa de Maria é incutir nos discípulos uma fé mais viva em seu filho, a
Virgem é o caminho pelo qual o Espírito Santo conduz ao Filho, uno com o Pai.
Conclusão sobre as 7 Palavras de Maria
A 1ª Palavra: de obediência rendida; a 2ª Palavra: de
cortesia afetuosa; a 3ª Palavra: de humildade reconhecida; a 4ª Palavra: de dor
resignada; a 5ª Palavra: de misericórdia compassiva; a 6ª Palavra: de confiança
ilimitada; e a 7ª Palavra: é tudo fruto de um amor mais ardente.
Se "da abundância do coração fala a boca"
(Mt 12,34), como disse o Senhor, quando meditamos nas sete palavras de Maria,
percebemos que o seu coração está cheio de pureza virginal.
OBS: reflexão extraída do espanhol, do autor Padre Donaldo d' Souza.
Bibliografia: LÓPEZ MELÚS, Francisco María. María de
Nazaret: o Verdadeiro Discípulo, Segue-me. Salamanca 1999.