A Santa do Coração de Jesus
No dia 13 de maio de 1920, Santa
Margarida Maria Alacoque, Irmã de Visitação,
foi declarada Santa. Ou seja, neste ano completou 100 anos de canonização. A congregação das Irmãs
da Visitação, foi fundada em 1610, por São Francisco de Sales e Joana
Francisca de Chantal.
Santa Margarida Maria Alacoque, em 1673 teve uma visão, na qual Cristo a
encarregou de se dedicar à veneração de seu divino coração. Em outras visões, ela
recebeu também a tarefa de se dedicar a introduzir a Sexta-Feira do Coração de
Jesus e a Festa do Coração de Jesus, para que assim se fortalecesse a veneração
ao Coração de Jesus.
A adoração ao Coração de Jesus aconteceu pela primeira vez na comunidade
religiosa, construiu-se uma capela própria para a veneração.
As revelações de Jesus a Margarida
Maria chamavam atenção para o “interior” de Jesus. A imagem do Coração deixava
transparecer a chaga, cercado por uma coroa de espinhos. O Coração é uma
alegoria da intimidade, do centro da pessoa, da sede do amor. Estava em jogo o
essencial, o fundamental, manifestando assim o segredo da pessoa, a fonte
escondida de suas atitudes e gestos.
Para o Padre Libânio, “tudo o que vem do coração já é revelação”.
A devoção, a partir das revelações de Jesus a Santa Margarida Maria, foi
assumindo características de cunho popular. Jesus crucificado será sempre Jesus
com o coração transpassado. Por isso que, ao mencionar os transpassados de
hoje, o texto fará referência aos “povos crucificados”. Hoje em nosso mundo
milhões de pessoas estão “crucificadas”, “transpassadas” pela fome e que
sobrevivem nas mais diversas formas de desumanidade. A compaixão de Jesus não permaneceu somente
no nível do afeto, desceu à prática, tornou-se carne na história, vestiu-se de acontecimentos.
Dois Jesuítas começaram a divulgar a veneração do Coração de Jesus além
do convento das irmãs de Visitação. A veneração do Coração de Jesus faz parte
da Igreja Católica até hoje, nas formas mais programadas temos a grande Festa
do Santíssimo Coração de Jesus, a Festa de Corpus Christi e a adoração a cada primeira sexta-feira e as 12
promessas do coração de Jesus.
São Francisco de Sales:
o Santo do Coração
Para Francisco de Sales, existe uma ligação estreita entre Deus e o ser
humano. Em tal ligação, Deus é o fundamento e a fonte original do amor, e o ser
humano, desejado por amor, é capacitado para o amor e é digno do amor. Nisso se
baseia toda a sua teologia e a sua pastoral. Ele realça: “Todo o ensino da
Igreja é o amor”. Uma vida baseada
na fé deve, para Francisco de Sales, ser nutrida da fonte original do amor. O
amor, o amor do coração, deve ser atuante na vida espiritual e deve marcá-la. Em seu conhecido livro “Filoteia”, ele descreve
essa atitude de uma maneira que distingue a verdadeira devoção das várias
atitudes.
A piedade deve estar em harmonia com a vida no mundo. Sim, deve ser
vivida aberta e alegremente para o mundo, no meio do mundo, porque uma vida de
fé combina com cada estado de vida e com cada profissão. Otimismo e alegria são
frutos de um amor que vem do coração, como atitudes básicas da vida cristã.
“Me parece bem, se deve começar no ser humano interior... porque o
coração é a fonte de nossas ações, estas vão ser assim, como está feito o nosso
coração. Em uma palavra: quem ganhou o coração, possui a pessoa toda.” (Filoteia, III,
23). O interior do ser humano é o essencial, o coração.
A meditação retirada dos escritos do Pe. Herbert Winklehner OSF
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